segunda-feira, 31 de maio de 2021

Tente

Pôs os pés acreditando que teria chão
Lavou a panela achando que viria a comida, confessou sem ter acontecido e se levantou como se tudo tivesse resolvido sem estar...FÉ !!!
Quem vive de quase, quase vive. Portanto de vez enquando aceite esse monstro que vive dentro de você e faz a as pazes com ele...coragem nem sempre é esse monstro rugindo as vezes é sò o seu coraçåo dizendo:
"tudo bem, amanhã a gente tenta de novo."
Tenta, eu sei que a vida não é lá essas coisas mas a outra opção é péssima: é morrer!! e então sigamos...uma certa escuridão é necessária pra que a gente possa ver as estrelas.
Uma coisa é certa, vc não vai se curar voltando para aquilo que te deixou em pedaços...você não desistiu fácil e nem insistiu pra sempre...tà certo!
Toda sensação de perda vem da falsa sensação de posse.

terça-feira, 18 de maio de 2021

Desapega !!!



A todos os ligeiros, minha admiração e cumprimentos. Sou do time das apegadas – portanto, das lentas. Costumo esticar a validade de tudo, sempre acreditando que ainda há um jeito, que ainda não se esgotaram as tentativas, e assim vou guardando roupas que não uso mais, ideias para textos que não chegaram a ser escritos e principalmente pessoas com quem já não tenho compatibilidade, apostando na fé celestial de que voltarão a significar o que significaram um dia. Não voltam. Desapega, desapega.

Aqueles sonhos que você tinha de que o casal envelheceria companheiro, de que vocês dois atravessariam madrugadas conversando? Desapega.

Que depois da conversa ainda sobraria algum desejo? Desapega, desapega.

Essa é pra mim: “sabe nada, inocente”. Tão racional por um lado, tão romântica por outro. Poderia já ter mudado de vida, não fosse tão apegada àqueles com quem construí vínculos, acreditando na potência da intimidade, algo que não se cria em dois ou três meses, é preciso um investimento a longo prazo. Mas o tempo está passando e é preciso deixar de acreditar em romantismo, o mundo está obcecadamente instantâneo, frenético, inconstante. Desapega.

Tá, desapego. Mas o que me darão em troca?

Leveza, dizem.

Ok, é um bom negócio. Fechado.

Leveza é uma conquista da maturidade. Quase não a encontramos entre adolescentes e jovens de 18, 22, 26 anos, todos preocupados em ganhar dinheiro, encasquetados com questões irrespondíveis, tentando controlar aquilo que é alçada do destino apenas. Julgam-se superpoderosos, detentores de uma sabedoria particular, só deles. Levam nas costas sua mochila cheia de planos, defendem com vigor suas escolhas, enquanto que nós, que já fomos como eles um dia, hoje sabemos que não adianta, a vida é metade o que escolhemos e metade o que não escolhemos: a parte que se impôs sem chance de negociação. Tivemos que vivê-la também. Nem tudo se consegue planejar.

Cedo ou tarde eles aprenderão que pouco se pode fazer contra o surgimento das fatalidades, dos imprevistos e das urgências emocionais. Que chegará a hora de depositar as armas no chão, levantar os braços e deixar que a vida os conduza.

É quando finalmente se faz um bom negócio: a gente abre mão do nosso velho e rançoso discurso de sabe-tudo e, em troca, a vida nos devolve a graça e a delicadeza. Para que carregar tanto peso, tanta certeza, tanta ilusão? Desapega, desapega.

Martha Medeiros.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Apegos

Apegos

Dizem alguns filósofos: o apego é a causa de todas as nossas dores emocionais. Concordo, mas faço ressalvas. O apego também provoca inúmeras alegrias e satisfações. Não faz sentido evitar filhos, paixões e amizades a fim de se proteger de tristezas, preocupações e frustrações. Passar uma vida inteira desapegada das pessoas seria entregar-se ao vazio existencial – e nunca ouvi dizer que isso gerasse bem-estar. Desapegar-se em troca de paz é uma falácia, só demonstra covardia de viver.

Não haveria um caminho do meio? Xeretando ainda mais os livros de filosofia, encontrei algo do romeno Cioran que me pareceu chegar bem perto de uma saída para o impasse. Diz ele que a única forma de viver sem drama é suportar os defeitos dos demais sem pretender que sejam corrigidos.

Eis aí uma fórmula bem razoável para não se estressar. Continue apegando-se, mas mantenha 100% de tolerância com todos. Em tese, é perfeito.

Em menos de poucos segundos, consigo listar tudo o que me incomoda nas pessoas que mais amo. Conseguiria listar também o que me faz amá-las, é claro, mas o ser humano veio com um chip do contra: os defeitos dos outros sempre parecem mais significativos do que suas qualidades. Depois de um longo tempo de convívio, aquilo que nos exaspera torna-se mais relevante do que aquilo que nos extasia.

Pois a recomendação é: exaspere-se, se quiser, mas saiba que não vai adiantar. Nada do que você disser, nenhuma cobrança, nenhum discurso, nenhuma chantagem, nenhuma novena, nada fará com que os defeitos do seu pai, da sua mãe, do seu marido, da sua mulher ou dos seus filhos desapareçam num passe de mágica. Assim como os seus também jamais evaporarão, por mais que os outros rezem e supliquem pra você deixar de ser tão ........... (preencha os pontinhos). Você é capaz de reconhecer seu defeito mais insuportável?

Só mesmo passando uma longa temporada num mosteiro do Tibete para desenvolver a capacidade de aceitar tudo o que nos tira do sério. Seu filho indiferente, seu marido pão duro, sua mãe mal-humorada, sua amiga carente, seu chefe durão, seu zelador folgado, sua irmã fofoqueira, seu colega chatonildo – imagine que paraíso se pudéssemos relevar essas e tantas outras diferenças, comungando com os defeitos alheios sem nunca mais esperar que os outros mudem. Deixar de esperar é uma libertação.

Pois não espere mesmo, pois ninguém vai mudar nem um bocadinho. Nem você, nem aqueles que você tanto ama, por mais que você pense que seria fácil alguém deixar de ser ranzinza, orgulhoso ou o que for. Aceite todos como são e aleluia: drama, nunca mais. Se conseguir, tem um troféu esperando por você, além de prêmio em dinheiro e uma foto autografada do Buda.

Martha Medeiros.

sábado, 8 de maio de 2021

Mãe

′′ E chega um dia em que você se ouve falando como ela, cozinhando como ela, repreendendo como ela, cantando como ela, ensinando como ela, dançando como ela, escrevendo como ela, chorando como ela.

E chega um dia em que aqueles sapatos gigantes que você tanto provou ficam com você, e você pode percorrer a sua pegada.

E a cada passo você vai entendendo tudo que você já criticou.
E você entende os limites, os desafios, as zangas, as preocupações, os medos.

E você agradece que esteve lá, acompanhando de perto, cuidando, vigiando.

E você agradece seus desvelos, seus sacrifícios, seu tempo.
Chega um dia em que você se olha no espelho e a vê.

Porque alguns meses estivemos dentro dela mas ela sempre vai estar dentro de nós ". 

O que vale realmente a pena

Somos frágeis.  Poeira à espera do sopro do vento.  Não temos tempo a perder.  Cada dia que a gente desperdiça é um sol que foi embora sem r...