quarta-feira, 23 de junho de 2021

Nem todo mundo



A gente acredita que existe um senso comum regendo nossos gostos e opiniões, porém somos sete bilhões pensando e vivendo de forma muito distinta uns dos outros.

Nem todo mundo é regido pelo dinheiro, por exemplo. Dinheiro é bom, é necessário e, quanto mais, melhor – mas esse “mais” não obceca a todos. Há quem troque o “mais dinheiro” por “mais sossego” e “mais tempo ocioso”. Qual o sentido de trabalhar insanamente se já se tem o suficiente para viver com dignidade?

Nem todo mundo gostaria de morar numa mansão com uma dezena de quartos e espaço de sobra para se perder: tenho uma amiga que desistiu do apartamento cinematográfico onde morava, pois ela não conseguia enxergar os filhos nem conversar com eles – eram longos os corredores e muitas as portas. Parecia que a família vivia num hotel, e não num lar. Trocou por um apartamento menor e aproximaram-se todos.

Nem todo mundo prefere mulheres com cara de boneca e corpo de modelo, ou homens com rosto de galã e corpo de fisiculturista. Imperfeições, exotismo, autenticidade, um look de verdade, natural, sem render-se a uma busca sacrificada pela beleza, ah, o valor que isso ainda tem.

Nem todo mundo gosta de bicho, de doce, de praia, de ler, de criança, de festa, de esportes, e nem por isso merecem ser expulsos do planeta por inadequação crônica. Seus prazeres estão fora do catálogo da normalidade e ainda assim são criaturas especiais a seu modo, enquanto que outras pessoas podem cumprir todas as obviedades consagradas e isso não adiantar nada na hora da convivência: são ruins no trato, fracas de humor e voltadas para o próprio umbigo,, apesar de seu exemplar enquadramento social.

Nem todo mundo veio ao mundo para brigar, para reclamar, para agredir, para difamar, para fofocar, para magoar, para atrapalhar – hábitos de muitos, até arrisco dizer que da maioria, já que é mais fácil chamar a atenção através do nosso pior do que do nosso melhor. O pior faz barulho, o pior ganha as manchetes, o pior gera comentários, o pior recebe os holofotes, o pior causa embaraço. Porém, há os que vieram em missão de paz e não se afligem pela discreta repercussão de seus atos.

Nem todo mundo quer casar, quer filhos, quer fazer faculdade. Nem todo mundo quer ser campeão, presidente, celebridade. Há quem queira apenas viver de um jeito que não seja julgado por ninguém, há quem queira apenas se expressar de um modo menos exuberante e mais íntimo, há quem queira apenas passar pela vida nutrindo a própria identidade, não se preocupando em colecionar seguidores, admiradores e afetos de ocasião.

Sem jogar pra torcida, há quem queira apenas estar bem consigo mesmo.


sábado, 19 de junho de 2021

Só temos esta



“Não, não me venha falar em vida eterna. Deus me livre da vida eterna. Sinto calafrios só de imaginar que é possível que nada acabe, nem eu”

Quem acompanha meus textos já deve ter percebido que lido razoavelmente bem com a ideia da morte. Considero-a uma balizadora — diria até que uma aliada.

Ter consciência tranquila da morte dá à vida um sabor menos azedo. E nos faz valorizar cada pequeno milagre diário, em vez de esperar por uma guinada gigantesca que quase nunca acontece.
Confúcio, filósofo chinês, tem uma frase diabólica sobre este assunto: “Nós temos duas vidas e a segunda começa no dia em que nos damos conta de que temos apenas uma.”

Uns dez anos atrás, recebi uma notícia que poderia ter sido desestabilizadora: havia grande chance de eu estar com câncer. 

A certeza só viria depois de ter feito um exame minucioso cujo resultado sairia em três dias. Durante três dias convivi com essa espada sobre a cabeça. Muitos talvez pensem que foi então que descobri que só possuía uma vida, mas não.

 Bem antes disso eu já a desfrutava como sendo única. Por isso, quando surgiu aquela notícia que poderia ter sido desestabilizadora, não me desestabilizei. 

Eu vivia como se fosse uma sobrevivente muito antes de esse diagnóstico chegar às minhas mãos. Estava satisfeita com o meu histórico até ali, e se tudo acabasse mais cedo do que o desejado, não seria perda total.

 Então, durante esses três dias, afora a preocupação com as minhas filhas, nada mudou. Não senti que estava passando por um divisor de águas.

 Quando o resultado do exame acusou nada de grave, eu suspirei de alívio e continuei a fazer o que está fazendo.

 Não virei outra pessoa. Não nasci de novo.
A frase de Confúcio sugere que o momento de dar-se conta de que a vida é única pode também margear alguma data redonda da maturidade.

 Aos 40? 50? 60? São idades emblemáticas, em que a perspectiva do fim realmente assusta e tomamos decisões radicais que antes não tínhamos coragem: separar, tirar um ano sabático, fazer uma viagem ritualística, colocar em prática um projeto, casar de novo, enfim, o famoso “correr atrás” com o fôlego que resta.

 Mas a iluminação pode acontecer aos 18. Aos 21. Aos 26. Agora, por exemplo.

Não, não me venha falar em vida eterna. Deus me livre da vida eterna. Sinto calafrios só de imaginar que é possível que nada acabe, nem eu. 

Caso eu lhe pareça uma herege, seja misericordioso, me ofereça seu perdão e toque em frente. Nem perca seu tempo me enviando mensagens desaforadas ou tentando fazer com que eu mude de ideia. 

Sou um caso perdido. Dedique-se a quem ainda tem salvação.

Mas se você, como eu, acredita que um dia tudo terminará, não espere por um diagnóstico, não espere uma data redonda, não espere que algo grandioso aconteça para começar a fazer o que tem vontade. 

Ter nascido já foi grandioso o suficiente.

Martha Medeiros.

terça-feira, 1 de junho de 2021

𝐴 𝐹𝐼𝑇𝐴 𝑀É𝑇𝑅𝐼𝐶𝐴 𝐷𝑂 𝐴𝑀𝑂𝑅 - 𝑀𝑎𝑟𝑡ℎ𝑎...


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O que vale realmente a pena

Somos frágeis.  Poeira à espera do sopro do vento.  Não temos tempo a perder.  Cada dia que a gente desperdiça é um sol que foi embora sem r...